A aldeia de Drave é uma povoação perdida na Serra da Freita, em pleno Geoparque de Arouca, constituída por um pequeno aglomerado de casas de xisto construídas em patamares ao longo da encosta, fazendo com que quase se assemelhe a uma “Machu Picchu” portuguesa.
O misticismo da aldeia começa no seu difícil acesso. É apenas possível alcançar a povoação fazendo um percurso a pé que começa na aldeia de Regoufe e que atravessa a serra, onde grande parte do caminho é em subida, o que em dias de maior calor pode se tornar um problema, pelo que é fundamental levar sempre uma garrafa de água na mochila.
À medida que nos afastamos de Regoufe, por entre as casas dos habitantes, galinheiros e campos agrícolas, vamos perdendo a rede do telemóvel e é aí que a verdadeira aventura começa. Depois de escalarmos os montes e de caminhar pelo trilho serpenteado, Drave começa a aparecer ao longe e começamos a ficar cada vez mais ansiosos por lá chegar.
Na aldeia não faltam pequenas lagoas, pontes e casas abandonadas para explorar. Havendo espaço também para bons piqueniques em família e relaxar na sombra das árvores. Quando não estamos em períodos de seca, as cascatas também decidem aparecer para melhorar o cenário já incrível.
O último habitante de Drave abandonou a aldeia no ano 2000 e hoje é gerida em grande parte pelo Corpo Nacional de Escutas, que lá criou uma base e está a ajudar a trazer de volta alguma vida às pequenas casas de xisto.
Durante o verão, devemos ter em consideração que a zona é fustigada todos os anos por vagas de incêndio. Em 2016, quando visitei a aldeia, a beleza do percurso estava castigada por áreas reduzidas a cinza e inclusivamente, começou um pequeno incêndio que foi prontamente apagado por um grupo de escuteiros.
Alcançar Drave é uma excelente alternativa aos concorridos Passadiços do Paiva, com o bónus de que podemos explorar a aldeia mágica no final do percurso. Mas vamos manter o segredo, combinado?