O Tamisa vê hoje no reflexo da sua amada uma cidade cosmopolita, que pegou emprestado um pedacinho de cada canto do mundo, abraçou diversas culturas e etnias e se transformou numa entidade incontornável do turismo internacional sem nunca perder o seu charme britânico.
Caminhar pelas ruas da capital do Reino Unido é como contemplar as várias montras da Selfridges, em cada bairro encontrámos uma personalidade própria e somos transportados a diferentes dimensões, desde Westminster, coroado pelo “Big Ben” e emoldurado pelas imensas fileiras de altos palácios citadinos que relembram a era vitoriana, a Notting Hill, com o espetacular mercado de antiguidades de Portobello Road, até East End, onde se apresentam as típicas casas suburbanas de tijolo vermelho decoradas com graffitis, restaurantes indianos e placas publicitárias.
Assim que conseguimos contar o troco em moedas estranhas com o valor pouco explícito, andar no famoso tube sem nos enganarmos no sentido, nos habituamos a olhar para o lado correto da estrada (as inscrições na passadeira ajudam muito, obrigado Londres!) e nos apercebermos que precisamos de um adaptador para usar a corrente elétrica, é impossível não nos apaixonarmos pelo ritmo fervoroso da capital britânica, pelo seu rigor monárquico, pela sua esplêndida arquitetura, pelo seu sotaque charmoso e sobretudo pela sua história avassaladora.
- Locais a não perder
Ponto de encontro de importantes artérias da cidade, Picadilly Circus é conhecido internacionalmente pelas suas enormes telas publicitárias que relembram a Times Square novaiorquina. Nesta zona fica também o M&M’s World, para os amantes dos nossos amigos coloridos, uma passagem nesta loja de 3 andares, repletos de chocolate, irá tornar realidade os seus sonhos mais excêntricos.
Apesar de o seu nome oficial ser Elizabeth Tower, em homenagem à rainha Elizabeth II, a torre do relógio das Casas do Parlamento é frequentemente chamada de Big Ben, nome derivado do enorme sino que alberga. A sua arquitetura é fabulosa e a sensação de visitar o ex-libris de uma das mais importantes capitais do mundo é única. Logo atrás deste marco, é possível localizar a Westminster Abbey, palco de eventos monárquicos importantes, como coroações, casamentos e até mesmo funerais, este é provavelmente o mais mediático edifício religioso de todo o globo, logo a seguir à Basílica de São Pedro, no Vaticano. A sua história remonta ao séc. XI.
No lado sul do Tamisa, não faltam coisas para visitar. O imponente London Eye, que tal como a Torre Eiffel, foi construído com o intuito de ser uma estrutura temporária para comemorar o novo milénio e tal como ela, ainda hoje permanece no local, tornando-se o deleite de muitos turistas com a vista panorâmica fantástica que oferece da cidade.
Aqui fica também a London Dungeon. É talvez das atrações turísticas da cidade menos conhecidas internacionalmente, no entanto, a experiência que nos proporciona é simplesmente fenomenal. A masmorra propõe-se a contar a história mais negra de Londres de uma forma criativa, assustadora e ao mesmo tempo divertida, entre cenários cuidadosamente elaborados, personagens representadas por excelentes atores e momentos de suspense bem conseguidos, esta atração faz valer a pena o dinheiro investido.
Para além de todas estas atrações, a margem sul do Tamisa oferece-nos uma vista arrebatadora sobre a área de Westminster e um deslumbrante pôr-do-sol.
Reconhecida como um símbolo do poder industrial do Reino Unido e uma obra prima da engenharia do seu tempo, a bela Tower Bridge reluz sobre o Tamisa com todo o seu esplendor. Hoje é possível caminhar sobre o chão de vidro dos corredores superiores. Adjacente à ponte, a Torre de Londres, apesar de ter sido o local onde muita gente perdeu a cabeça (literalmente) no passado, hoje é conhecida por guardar afincadamente as valiosas Jóias da Coroa. Foi mandada edificar no séc XI pelo primeiro rei de Inglaterra, William the Conqueror.
Localizado num edifício com uma arquitetura megalómana e de uma beleza incrível, com o espólio mais interessante e divertido que tive a oportunidade de visitar e juntando a isso o facto de nos proporcionar tudo isto de uma forma completamente gratuita faz com que o Museu de História Natural salte para o topo de coisas a visitar na capital britânica.
Na mesma área, situa-se o Royal Albert Hall, Idealizado por Alberto, amante das artes, esta infraestrutura é hoje palco dos mais variados eventos culturais e musicais. A sua arquitetura evoca o classicismo romano e o próprio formato assemelha-se ao Panteão de Roma. Após a morte do seu príncipe consorte, a rainha Vitória mandou edificar o Albert Memorial, belo em todas as suas facetas, relembrando a grandeza do império britânico e do amor entre os dois monarcas.
Sede da monarquia britânica, o fantástico Buckingham Palace, reconhecido em todo o mundo, é visitado diariamente por centenas de turistas que esperam conseguir um vislumbre da rainha. Para além disso, outra das suas atracções é a Changing of the Guard, uma cerimónia de troca da guarda real (guardas de chapéus pretos, altos e peludos) que acontece em todas as segundas, quartas, sextas e domingos, por volta das 10:45. Convém chegar mais cedo para assegurar um bom local para ver a parada.
Como eu gosto de lhe chamar, o British Museum é o “cofre do mundo”, nele estão contidas peças importantes da história da humanidade, a maioria delas recolhidas de uma forma um tanto, diga-se, ilegítima. Não obstante, é possível observar estátuas da ilha da Páscoa, fragmentos do Pártenon ateniense, esfinges egípcias, a pedra de Roseta e outros tantos artefactos extremamente valiosos.
Bem além de Chinatown, no coração de Holland Park, encontrámos o Kyoto Garden, nestes jardins é possível encontrar a paz no meio da azáfama da grande metrópole, proporcionado-nos o espírito, o ambiente e a influência da magia oriental num espaço verde recheado de cascatas, lanternas, pavões e esquilos muito fofinhos!
Um pouco mais a norte, o Portobello Street Market é um verdadeiro antiquário a céu aberto, mas não se fica por aqui. Portobello Road consegue presentear-nos com uma autêntica viagem no tempo e simultaneamente uma atmosfera única, com os seus músicos, comerciantes e todo o fervor que gera à sua volta. Ao sábado de manhã é altura ideal para lhe prestar uma visita uma vez que é neste dia que o mercado toma a sua verdadeira forma e claro que há-que se aproveitar a hora de almoço para degustar a enorme variedade de comida barata.
2 opiniões sobre “Londres, a essência cosmopolita”