Samaná, o caribe da natureza

Quando pensamos em Caraíbas, muito provavelmente não será Samaná o primeiro nome que nos ocorre, e ainda bem. Apesar de estar a ganhar cada vez mais fãs, esta pequena península no norte da República Dominicana é ainda um pequeno tesouro escondido, recheado de recantos naturais para descobrir e paisagens deslumbrantes!

O primeiro grande trunfo surge logo a escassos metros do resort, são quilómetros e quilómetros de praias praticamente desertas! Sem zonas concessionadas por hotéis apetrechadas de espreguiçadeiras, as palmeiras vingam pela orla costeira, inclinando para a água quentinha e para a areia fina que toca os nossos pés. Este cenário quase exige uma caminhada diária pelo pôr-do-sol, que transforma o céu  num verdadeiro espetáculo de cor.

Ficamos hospedados na zona de Las Terrenas, onde milhares de peixes tropicais encontram casa nos inúmeros recifes de coral que pontilham o mar. É um local perfeito para os amantes de snorkeling, mergulho ou outras atividades ligadas à agua, como o kayak e catamarã, onde podemos flutuar a escassos centímetros dos recifes e pudemos observar toda aquela vida submarina.

São várias as excursões oferecidas pelos operadores turísticos mas é incontornável a visita ao Parque Nacional Los Haitises. Esta área de protegida com mais de 800 quilómetros quadrados é uma incrível obra-prima da natureza, onde enormes colinas de calcário foram esculpidas pelo mar e decoradas de forma minuciosa pela flora ao longo de milhares de anos.

O parque aloja também inúmeras espécies de plantas e animais, incluindo, por exemplo, pelicanos e manguezais que criam a simbiose perfeita entre a água e a natureza. A floresta faz com que haja uma espécie de clima subtropical, em que a precipitação é frequente, portanto há que se ir mentalmente preparado para apanhar uma refrescante chuvinha à moda das Caraíbas.

Munidos de repelente de insetos e debaixo de uma humidade quase sufocante, aventurámo-nos pela selva para encontrar encontrar as cavernas outrora ocupadas por Nativos Americanos, decoradas com pictogramas destes habitantes pioneiros de Samaná.

Para os ansiosos em reviver o anúncio publicitário da Bacardi de 1991, é imprescindível visitar a paradisíaca ilha de Cayo Levantado e aproveitar a gastronomia e a hospitalidade local, seja para fazer compras de lembranças após mais umas horas ao sol na areia branca da ilha ou então apenas para dançar ao ritmo fervoroso e contagiante das músicas dominicanas. Ah! E quando já não houver dinheiro para mais lembranças, os locais estão sempre dispostos a trocar sapatilhas ou outros acessórios de moda, bem à moda antiga.

Outra das excursões que não podem deixar de fazer é ao El Limón. A cascata não tem estradas diretas, sendo que as únicas formas de acesso passam por uma caminhada pela selva ou por um inesquecível passeio a cavalo ao redor dos cursos de água e da vegetação. O percurso é lamacento e escorregadio e por segurança somos acompanhados por “voluntários” que esperam, claro, uma gratificação no final.

Após uns 40 minutos a cavalo e a pé por entre árvores de cacau e papaia, finalmente começámos a ouvir o som da água a cair e pouco depois nos deparámos com uma força impressionante da natureza, uma das coisas mais lindas que já tive a oportunidade de ver. A cascata estende-se pela rocha por vários metros até criar pequenas lagoas onde podemos nadar (no entanto, com algum cuidado ao entrar pois as rochas são escorregadias e não se consegue ver o fundo). A experiência de nadar debaixo de uma força desta dimensão é inexplicável e senti-me realmente um sortudo por a poder vivenciar.

A única parte dispensável desta excursão é a forma como os voluntários tratam os animais, e eu que sempre senti uma ligação especial aos cavalos estava a ficar bastante incomodado. No regresso ao rancho já cavalgava sozinho, e pus o guia a tirar fotos em vez de chatear a minha égua linda. 😂 Tirando esta situação, os voluntários são incansáveis e genuinamente preocupados com a nossa segurança, estão prontos a tirar fotos sempre que pedimos e são pessoas de origens humildes, de realidades diferentes da nossa e que precisam daquilo para viver e sustentar a família, portanto é importante contribuirmos com alguma ajuda monetária, o salário deles depende disso.

Não faltam bons motivos para visitar Samaná e a natureza que nos oferece foi para mim um fator determinante na escolha do destino. É também uma excelente alternativa para quem quer fugir às praias lotadas de Punta Cana, apesar de ser uma zona mais chuvosa, dada à densidade florestal. Contudo, a chuva não é de todo uma preocupação, pois 5 minutos depois já está um sol radiante e o calor húmido e abafado nunca nos abandona.

Se quiseres saber mais sobre a nossa viagem à República Dominicana, clica aqui para leres a revisão da Laura.
 

Publicado por Nuno Lopes

Apaixonado pelo mundo e dromomaníaco assumido, o Nuno é o fundador do Instruções para Viajar. Considera que a melhor parte da viagem é a aventura, é perder-se em caminhos complicados, são as estratégias de última hora para contornar voos cancelados e a arte de conversar por meio de mímica ou sotaques improvisados. Adora o misticismo da cultura árabe, o ambiente dos países exóticos, a comida italiana e o sol da Grécia. Os seus destinos de sonho passam pela Índia, Indonésia e Ilhas Maurícias. Quando não está a planear a próxima viagem, é técnico de radiologia no grupo Trofa Saúde Hospital onde a paixão por fotografar o corpo humano se transpõe para as paisagens, monumentos e para as selfies nas suas aventuras pelo globo. - nuno@instrucoesparaviajar.com

2 opiniões sobre “Samaná, o caribe da natureza

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